Guia do Empreendedor
5. Plano de Negócios
Elaborar um Plano de Negócios consistente é decisivo.
Muitas vezes os empreendedores menos informados tendem a olhar para o Plano de Negócios como algo que tem de ser feito para apresentar a terceiros. Ao pensarem assim estão a subestimar uma ferramenta fundamental que se destina, antes de mais, ao próprio empreendedor.
A construção de um Plano de Negócios implica conhecer ao pormenor o negócio que se quer criar pelo que, embora o papel e o excel o consintam, nunca se deve preparar um Plano de Negócios sem antes se investir muito no estudo, na recolha de informação e na definição de um Modelo de Negócio sólido.
O Plano de Negócios servirá como guia durante o processo de implementação do investimento, servindo também para ser apresentado a potenciais investidores, para financiamento, a sócios/accionistas e demais stakeholders, para sustentar uma estratégia de investimento, para apoiar uma estratégia de gestão, ou ainda para conhecimento interno e para convencer, motivar e direcionar a equipa.
COMO ELABORAR O PLANO DE NEGÓCIOS
O "plano de negócios" dará a conhecer o projeto e o promotor, permitindo às pessoas construir uma primeira opinião a partir do conteúdo e da forma de apresentação.
Durante os primeiros meses de existência da empresa, o Plano de Negócios constitui, para o novo empresário, um referencial em termos de objetivos a atingir a da respectiva programação e calendarização.
PROPOSTA DE PLANO DE NEGÓCIOS
1 - SUMÁRIO EXECUTIVO
O Sumário Executivo deverá conter a informação essencial sobre o projeto e a sua mensagem deverá ser poderosa e persuasiva, dado ser a primeira coisa a ser lida pelos potenciais investidores.
Pontos essenciais a focar no sumário executivo:
- Identificação do negócio e da área de atividade;
- A missão da nova empresa;
- O mercado potencial para os seus produtos/serviços;
- Os argumentos que fazem daquele um negócio vencedor;
- Quais os recursos humanos e financeiros necessários à implementação do projeto;
- Quando começará a empresa a apresentar lucros;
- Principais indicadores que determinam a viabilidade economica do projeto;
- Quais os pontos fortes e fracos do projeto.
2 - HISTÓRICO DO PROMOTOR
Um dos conjuntos de informações mais importantes no que concerne a conferir credibilidade ao Plano de Negócios diz respeito à experiência profissional e pessoal relevante para o projeto, bem como às qualificações académicas do promotor ou equipa de promotores. O objectivo é dar confiança aos potenciais financiadores, fazendo-os crer que este é um negócio financeiramente sustentável e que os executivos possuem as necessárias qualificações empresariais e de gestão.
3 - CONCEITO DO NEGÓCIO E DESCRIÇÃO DA EMPRESA A CRIAR
Deverá desde logo ser identificado, através de uma descrição detalhada, qual o conceito do negócio apresentado, nomeadamente a definição do produto ou serviço, a caracterização do mercado, bem como as razões que tornam o seu negócio diferente de outros, na mesma área de actividades, já existentes no mercado. Inclui, por exemplo, a identificação das necessidades que o seu produto ou serviço irá satisfazer, de que forma, com que meios e qual a forma jurídica da empresa a constituir.
4 - PRODUTO / SERVIÇO
Descrição do produto ou serviço, sua finalidade, grau de inovação/diferenciação, valor acrescentado para o cliente, meios técnicos e humanos necessários, matéria-prima necessária. Deverá incluir informação sobre o processo produtivo, ou seja a descrição das várias etapas necessárias à elaboração do produto/serviço. Destas várias etapas deverá ainda sinalizar as que são críticas para o produto/serviço final. Neste capítulo do Plano de Negócios deverá ser evidenciado o conhecimento que o promotor ou equipa de promotores possuem do processo produtivo.
5 - MERCADO
Descrição do produto ou serviço, sua finalidade, grau de inovação/diferenciação, valor acrescentado para o cliente, meios técnicos e humanos necessários, matéria-prima necessária. Deverá incluir informação sobre o processo produtivo, ou seja a descrição das várias etapas necessárias à elaboração do produto/serviço. Destas várias etapas deverá ainda sinalizar as que são críticas para o produto/serviço final. Neste capítulo do Plano de Negócios deverá ser evidenciado o conhecimento que o promotor ou equipa de promotores possuem do processo produtivo.
O mercado será o palco da empresa, onde o plano de negócios se desenvolverá. É muito importante definir o mercado para o novo produto em termos de dimensão, fase de desenvolvimento, tipos de clientes e de concorrentes.
Deverá assim identificar-se:
- Qual o mercado alvo?
Descrição dos principais segmentos de mercado onde vai instalar-se e da sua evolução temporal (entre 3 a 5 anos), identificando para cada segmento o(s) nicho(s) de mercado identificado(s), as necessidades reais do cliente, os hábitos de compra dos clientes e o impacto no cliente da utilização do seu produto ou serviço.
- Qual a concorrência?
Descrição das empresas já existentes e com as quais vai concorrer; comparação com a concorrência identificada; comparação entre o seu produto ou serviço e o produto ou serviço da concorrência; qual a quota de mercado estimada para cada concorrente identificado; qual a quota que pensa vir a alcançar (por conquista à concorrência e/ou por extensão do mercado).
6 - ESTRATÉGIA / ANÁLISE SWOT
A análise SWOT é uma forma de fazer o diagnóstico estratégico da empresa. O que se pretende é definir as relações existentes entre os pontos fortes e fracos da empresa com as tendências mais importantes que se verificam na envolvente global da empresa, seja ao nível do mercado global, do mercado específico, da conjuntura económica e das imposições legais.
Esta ferramenta subdivide-se em duas análises complementares entre si:
- Análise externa e Análise interna.
Análise Externa
Corresponde às principais perspectivas de evolução do mercado em que a empresa actua. São factores provenientes do Mercado e do Meio Envolvente - decisões e circunstâncias fora do controlo directo da empresa, das quais se deve tirar partido ou proteger, construindo barreiras defensivas.
Oportunidades: Descrição das oportunidades de mercado (falhas de mercado) mais relevantes que reconheça existir para o seu produto ou serviço.
Ameaças: Descrição das ameaças mais relevantes que reconheça existir para o seu produto ou serviço (conjunto das circunstâncias, exteriores e não controláveis pela empresa, que podem colocar obstáculos ao desenvolvimento do negócio).
Análise Interna
Corresponde aos principais aspectos que diferenciam a empresa ou o(s) produto(s) dos seus concorrentes. São provenientes do produto e da empresa - decisões e níveis de performance que podemos gerir.
Forças: De que forma será o seu produto ou serviço diferenciado da concorrência; de que forma vai o seu esforço de marketing/promoção diferir da concorrência; de que forma vai a sua empresa ser favoravelmente diferenciada relativamente às concorrentes.
Fraquezas: Quais as fraquezas que reconhece ao seu produto ou serviço face à concorrência; quais as principais fraquezas que reconhece, relativamente ao esforço de marketing/promoção que pensa implementar, quando compara com o da concorrência; quais as principais fraquezas que reconhece existirem quando compara a sua empresa com as concorrentes.
7 - MARKETING E VENDAS
Mercado - Descrição do tipo de negócio onde pretende fixar-se (vocação da sua empresa); de quais os segmentos de mercado que planeia alcançar; que tipo de canais de distribuição vai utilizar para atingir o segmento; qual a quota de mercado que pretende atingir; qual a estratégia de promoção do seu produto ou serviço; qual vai ser a política de preços; qual o serviço pós-venda que pretende implementar.
Preço - Descrição pormenorizada da forma como pensa estabelecer os seus preços; da competitividade dos seus preços; dos seus preços face à concorrência.
Política de Vendas/Distribuição - Descrição pormenorizada do tipo de canais de distribuição que pensa vir a utilizar (representantes, distribuidores, venda directa, etc.); que acções/organização que pensa vir a disponibilizar no serviço pós-venda; quais são os seus objectivos de promoção e publicidade e de quais os suportes a utilizar.
8 - PLANO DE INVESTIMENTO
As necessidades de investimento da nova empresa devem reflectir todos os custos associados às várias rubricas necessárias à execução do projecto. Estas necessidades diferem consoante a própria empresa, contudo, existe um conjunto de rubricas que deverá constar deste capítulo do Plano de Negócios, tais como: equipamentos necessários ao negócio; materiais a utilizar na produção; instalações físicas necessárias; necessidades de fundo de maneio; formação dos colaboradores; investimento em promoção em determinados mercados; fundos necessários à protecção ambiental; propriedade industrial; etc.
9 - PLANO DE FINANCIAMENTO
Em função do capítulo anterior, deve agora determinar as várias origens dos fundos necessários à implementação daquele investimento. O seu projecto deverá estar adequadamente financiado em capitais próprios (poupanças, instalações ou viaturas que já possua, hipotecas, empréstimos particulares, capital de risco, business angels, etc.) e capitais alheios (médio e longo prazo: hipotecas, empréstimos bancários e outros empréstimos, leasing, etc; curto prazo: crédito de fornecedores, etc.). Quando aplicável, deverá também prever uma rubrica destinada a contabilizar o financiamento a obter através de uma candidatura a um sistema de incentivos.
10 - ORGANIZAÇÃO E PESSOAL
Descrição da mão-de-obra e respectivas qualificações; descrição da forma como pensa recrutar a mão-de-obra necessária ao seu negócio; descrição da política de remunerações; dos planos de formação ou de valorização dos seus colaboradores; descrição da estrutura organizacional, com desenho do organigrama da empresa referindo os nomes/cargos da gestão de topo.
11 - INFORMAÇÃO ECONÓMICA E FINANCEIRA
Neste capítulo são necessários conhecimentos nas áreas económica e financeira.
No programa do SITIO DO EMPREENDEDOR encontra apoio técnico especializado no apoio à elaboração desta crucial parte do Plano de Negócios.
Alertamos para que não se deve entrar nesta "parte dos números" sem ter consolidadas todas as informações que serão necessárias para a sua elaboração.
O plano economico-financeiro inclui uma estimativa de vendas (Valor anual do volume de negócios); uma estimativa de Compras (Valor anual das compras de mercadorias e/ou matérias-primas); uma estimativa dos Custos com Pessoal (Valor anual dos custos com pessoal (salários, Segurança Social, subsídio de alimentação, seguros, formação profissional); uma estimativa de investimento (Valor do investimento a realizar nos vários anos previstos em equipamento, instalações, aquisição ou registo de marcas e/ou patentes, etc.); uma estimativa de valor para Fornecimentos e Serviços Externos (Valor anual dos custos com serviços externos à empresa (electricidade, comunicações, água, honorários do advogado e/ou do contabilista, etc.);
Na posse destes valores será possível efetuar uma previsão de Resultados (Através da Demonstração de Resultados obtêm-se os resultados operacionais, os financeiros, os correntes, os obtidos antes de impostos e os líquidos de cada ano);
Também será então possível efetuar um Balanço previsional (O Balanço é uma fotografia do património da empresa no dia 31 de Dezembro do ano a que corresponde. Divide-se em Activo, Capital Próprio e Passivo, sendo que Activo Total Líquido = Capitais Próprios + Passivo Total) bem como um Plano de Tesouraria.
Com base nos resultados obtidos será possível efetuar uma avaliação da viabilidade do projeto através de um dos métodos de avaliação de projetos, habitualmente através do VAL ou da TIR.