7 tendências que irão ditar as regras nos negócios e na sociedade
O mais recente relatório Fjord Trends, da Accenture, revela que as novas formas de viver, de trabalhar e de aceder a entretenimento que marcaram 2020 deram origem a sete tendências emergentes que vão definir os negócios, o comportamento do consumidor e a sociedade.
A pandemia trouxe uma realidade de caos e tragédia, mas também de clareza e surpresas, destacando o que é importante para as pessoas e inspirando o espírito comunitário e a inovação em casa, conclui o Fjord Trends 2021, o 14º de uma série de estudos anuais desenvolvidos pela rede global de designers e criativos da Accenture Interactive.
O relatório aponta que surgiu um novo conjunto de desafios para as empresas: como responder às perspetivas operacionais e de comunicação; como corresponder às expetativas em constante mudança dos consumidores; e como expandir a sua empatia – estratégias que terão de implementar enquanto lutam pela sobrevivência numa economia precária.
Neste sentido, e de modo a facultar conselhos práticos, o Fjord Trends 2021 avalia sete tendências emergentes que irão definir os negócios, o comportamento do consumidor e a sociedade.
Desapego coletivo
Durante 2020 as pessoas alteraram a forma e o local onde vivenciaram as suas experiências, dando início a uma sensação comum de desapego. Hoje, as pessoas procuram novas maneiras e lugares para fazer as coisas que precisam e de que gostam. A forma como trabalhamos, compramos, aprendemos, socializamos e cuidamos da saúde mudou para muitos de nós, e as marcas precisam de encontrar novos caminhos e oferecer novas experiências para interagir com os seus clientes.
Viagens de interação
As pessoas estão a despender muito mais tempo a interagir com o mundo através de ecrãs e, como resultado, notaram uma certa uniformidade causada pelo design similar nas experiências digitais. As organizações devem reconsiderar o design, o conteúdo, o público e a interação entre eles para apresentar uma maior emoção, alegria e surpresa nas experiências conseguidas através do uso do ecrã.
Infraestrutura líquida
A forma como as pessoas adquirem produtos e se envolvem com os serviços mudou. As organizações tiveram de repensar a cadeia de abastecimento e o uso de todos os seus ativos físicos e focar nos pontos de satisfação – como a gratificação imediata que muitos consideravam natural em loja nos últimos momentos antes da compra. Isso exige que as empresas criem agilidade e resiliência em toda a organização para que possam adaptar-se rapidamente às mudanças. Teremos mais alterações, muitas delas impulsionadas pela sustentabilidade.
Desafio da empatia
As pessoas preocupam-se profundamente com o que as marcas representam e como expressam os seus valores. A pandemia evidenciou muitos temas frágeis em todo o mundo – desde o acesso à saúde até à igualdade. Como resultado, as empresas devem trabalhar mais para construir o storytelling que molda as suas marcas, priorizando os assuntos que mais importam para as mesmas e construindo os seus comportamentos em torno desses mesmos assuntos.
Rituais perdidos e achados
O cancelamento e a interrupção de alguns rituais – como a celebração do nascimento até à despedida na morte e tudo mais – tiveram um impacto significativo no bem-estar coletivo. Esta tendência apresenta uma das principais oportunidades que as empresas têm atualmente: a de ajudar as pessoas na procura de um significado através de novos rituais que lhes tragam alegria e conforto. Começa com a compreensão do espaço em branco deixado pelo ritual perdido e com o pensamento sobre o que pode ocupar no seu lugar.
Crie você mesmo inovação
A inovação está a ser cada vez mais impulsionada pelo talento das pessoas que pretendem criar novas maneiras, ou “truques”, para lidar com os seus desafios, desde o colaborador em teletrabalho que passou a usar a sua tábua de passar a ferro como uma secretária, até ao que passou a ser um pai-professor. A tecnologia desempenha um novo papel – facilitadora do engenho humano – e, como resultado, a criatividade aumentou.
Vários políticos e personal trainers utilizaram plataformas, como o TikTok e vídeo-jogos, para comunicarem com as suas audiências e divulgarem mensagens importantes. Todos querem soluções melhores, mas a era em que se esperava que uma marca criasse uma solução final está a transformar-se numa era em que as marcas criam as condições para a inovação pessoal.
Uma nova cultura nas equipas (“Sweet teams are made of this”)
As pessoas que trabalham remotamente vivem agora no escritório, o que está a ter um efeito no acordo recíproco entre a empresa e o colaborador e as muitas suposições em torno dele – como, por exemplo, quem tem a palavra final sobre o que as pessoas usam para uma videochamada profissional nas suas próprias casas, ou identificar de quem é a responsabilidade de manter o direito dos colaboradores à privacidade.
Mesmo com a promessa de vacinação generalizada no horizonte, ocorreu uma mudança permanente na relação entre as pessoas e o seu trabalho e entre os empregadores e as suas equipas. O futuro não terá uma solução única para todos – pode-se esperar muitos protótipos no mundo do trabalho.
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